quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Procura-se

Tenho o costume de sentar quase sempre na mesma cadeira na sala de aula. Tem dias que acho desenhos, letras de musicas, frases, contas matemáticas... Mas outro dia fiquei surpresa com o que encontrei: "Procura-se: eu mesma"
Uh la lá!
Tenho pra mim que antes de ser o que o mundo quer que eu seja tenho que ser eu mesma. Eu sou uma caixinha de surpresas. Sempre tenho alguma coisa nova pra descobrir sobre mim. Eu nunca serei a mesma, mas sempre serei eu. E gosto disso. Gosto de ser quem eu sou e de ter essa vontade de querer ser alguma coisa. Não pense que me procuro só em mim, procuro em você, naquela meninazinha, no João da padaria... Em todo mundo. 
As vezes acho que ninguém vai me entender, afinal nem eu me entendo. Tenho perguntas inacreditáveis e confusões que se forem arrumadas bagunçariam tudo de vez. Me lembro bem de uma coisa que Clarice Lispector me falou uma vez: "Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever." Sim, continuarei a escrever, a pensar, e principalmente, a perguntar.
A pergunta é muito mais importante que a resposta. Ela que faz o cérebro trabalhar. A resposta não é nada mais que a organização dos pensamentos. A pergunta é a fonte deles. Se deixarmos de pensar, digo, de perguntar o cérebro para. Sei que tenho perguntas que vou morrer com elas, mas a maioria pretendo ter as respostas. Não tenho pressa. Tenho uma vida inteira pra pensar.

Carolina Gomes