quinta-feira, 31 de julho de 2014

Amor? Sei lá

E aí me aparece aquele que me diz que não sei o que é amar. Espera um pouco. Quem é que sabe? A verdade, verdade mesmo, é que ninguém realmente sabe o que é amar. 

A primeira pessoa que sentiu o amor, tava sentindo algo que ela resolveu chamar de amor. E quem disse que o que ele tava sentindo era o que as pessoas que dizem amar sentem? Isso me intriga. 

Na falta do que chamar aquele sentimento que insiste em não caber em mim, eu chamo de amor. Mas vai saber o que é? O sentimento é meu e eu chamo do que quiser, licença? Daí dizem que o amor é um sentimento calmo, que você se sente completa na presença da outra pessoa e aquele blablabla todo. 

A verdade é que não da pra descrever o que to sentindo e ponto final! Que quando eu to com ele, eu tenho vontade de gritar e abraçar ate quebrar ao meio, por que explode dentro de mim uma coisa inexplicável! Aperto as bochechas mesmo, beijo mesmo, abraço mesmo, e penduro mesmo. Por que não dá pra mostrar o quanto eu me sinto desnorteada com ele por perto. 

Eu quero gritar pros 4 cantos que to amando, de astral elevado e puro, querendo dizer que meu namorado é também meu melhor amigo, e quando ele sai de perto, apesar de eu querer que ele volte, eu me sinto elevada, flutuando... Parece que tiro uma carga dos meus ombros muito grande... 

Quero gritar que eu quero deitar no peito dele e dormir, por que eu sinto que nasci pra isso, pra estar nos braços dele. Quero berrar pra quem quiser ouvir, que é isso aí, to com o cara que mais me faz feliz possível, queria que isso fosse imutável. 

Na verdade, eu até gosto da mutabilidade e fugacidade dos momentos (aprendi com Clarice Lispector e Cecília Meireles). Por isso tiro uma foto mental no momento exato em que você me atinge com a almofada. Que esse momento seja eterno na minha mente e coração. Mas seja mutável e fugaz no tempo real. Assim como Cecília, quero continuar tendo fases, como a lua, mas será eterna a fase de ser tua.

Júlia Fagundes

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Folhas




Quando entramos nas livrarias já pagamos pelo ar que respiramos. Pelo menos aqui na minha cidade é assim. Livro está tão caro que chega a ser um assalto à mão armada!

N
ão estou dizendo que o escritor não deve ganhar pela sua obra, estou me referindo ao superfaturamento das lojas. Como podem querer que as pessoas leiam mais se os preços estão nas alturas. Só quem realmente gosta de ler paga o preço que é pedido. "Baixa da internet!" Primeiro, nada se compara em poder sentir os livros nas mãos, poder cheirá-lo e abraçá-lo. Segundo, onde está o mérito do escritor? Ele não ganha pelas cópias baixadas da internet. Mas se você gosta de ler em "pdf", ótimo, o que importa é que você leia.

Se as pessoas soubessem o poder que um livro tem. Um livro pode dar conselhos melhores que qualquer pessoa. Pode ter mais sábias palavras do que você já disse em toda sua vida. Pode te fazer conhecer pessoas novas, com histórias novas, com valores novos, com confusões novas... Com tudo novo! Um livro pode te levar para Paris ou para a Terra do Nunca. Livro alimenta. Alimenta a mente.

Uma vez li que as pessoas comuns veem os livros como um simples bolo de p
áginas, já os leitores como uma estrada pra outro mundo.

Quem me dera que as folhas das
árvores fossem páginas de um livro. Imagina uma árvore da Martha Medeiros, outra da Clarice Lispector, uma do Harlan Coben... Nossa! Era só ir lá e colher as páginas, depois de algumas semanas outra pessoa também poderia colher, ter e sentir o livro. Mas pena que livro não dá em árvore. Seria tão bom! Ajudaria o meio ambiente, nós só compraríamos as sementes, o autor ganhava, nós ganhávamos... Todos ganhavam. As pessoas iam ler mais, consequentemente seriam menos ignorantes, desenvolveriam a criatividade e o senso critico. Eu teria uma floresta.

Carolina Gomes

terça-feira, 29 de julho de 2014

Os olhos

Eu me perdi nos olhos dela. Não era mais uma cantada de pedreiro. Muito menos me perdi como um viajante que esqueceu de perguntar o caminho no posto Ipiranga. Me perdi em pensamentos. 

Seu olhar brilhava. E se pareciam, de forma clichê, com duas estrelas. E você sabe, dizem que as estrelas são responsáveis por alinhar o universo... pois bem, aquelas estrelas desalinhavam o meu cosmo toda vez que eu as olhava. Encarar aqueles olhos era o mesmo que se sentir imerso em amor. 

Pena que ninguém sabia, que pra a conhecer era só olhar ali. Era mesmo uma pena que pouca gente tivesse descoberto o dicionário do olhar, que com ela dava pra aprender em menos de 24 horas só de ficar observando aquelas jabuticabas brilhantes de moverem. Pena que esse dicionário não está transcrito. 


Ela já havia me dito que seus olhos eram a porta da sua alma, e eu não acreditei até bater (3 vezes por que sou fã do Sheldon) nessa porta e descobrir que o passe era livre pra quem quisesse entrar



Júlia Fagundes

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Bagagem


Na escada passa vento, passa gente, passa pensamento. Sobe e desce, desce e sobe, escorrega pelo corrimão. Um degrau de cada vez e lá esta você no alto, de novo. E quando de repente, por um simples descuido, um degrau em falso e você rola escada a baixo. 

Sem desistir com as últimas forças você se ergue e mantêm os pés no chão. Tropeça em um degrau ou outro, volta cinco ou dois e avança sete. E quando chegar lá em cima, com uma enorme bagagem, a maior recompensa será à vista.

Carolina Gomes

domingo, 27 de julho de 2014

Gradação

Reclamação. Discussão. 
Chateação. Briga. Tristeza. 
Dias sem comunicação. 
Tentativa de perdão. 
Nada funcional. 

Ápice da briga. 
Eu choro. 
Você faz o machão, 
e o término me leva ao chão. 

Eu me recolho. 
Engulo a tristeza. 
Agora ela é interna. 

Você vai me esquecendo, 
eu vou lembrando de você. 

Você esbanja felicidade 
em copos de cerveja 
e maços de cigarro. 
Risadas com os amigos. 
Garotas novas. 

Eu, estudo. 
Você trabalha 
e liga pra aquela garota 
do fim de semana. 
Eu continuo estudando. 

Você se sente vazio. 
Eu me sinto livre. 
Você entristece. 
Meu coração enobrece. 
Você chora. 
Eu sorrio de novo. 

Agora eu vou te esquecendo, 
você vai lembrando de mim. 

E nessa gradação sem fim, 
meu ápice de tristeza 
foi o seu de felicidade, 
e vice versa. 

E descobrimos enfim: 
nunca seremos felizes assim.


Júlia Fagundes



sábado, 26 de julho de 2014

Tão rara 2: Meu olhar



Atenção! É importante que você ouça a música "Paciência" do Lenine, antes de ler este texto. Ouça aqui. 
E se você não sabe do que eu estou falando, leia “Tão rara 1: Seu olhar”.

"Enquanto o tempo acelera e pede pressa.. Eu me recuso, faço hora, vou na valsa. A vida é tão rara!"

Hoje parei pra pensar sobre o tempo. O tempo e nossas vidas. O tempo mais importante pra mim, talvez, seja o agora. Daqui a algumas horas, pra mim já é futuro, e eu não tenho como rebobinar a fita. O agora é tão importante quanto o amanhã. O agora pode ser o amanhã. Pode ser o ontem. Como pode não ser nenhum dos dois. Mas uma coisa é certa: o agora é o passado de amanhã e o futuro de ontem. 

O futuro daqui a pouco vira o agora e depois o passado. E quando é que o passado vai voltar a ser o agora? Só quando inventarem uma máquina do tempo. Me lembro como se fosse ontem do Cazuza me contando que via o futuro repetir o passado. Eu também via, mas queria que o passado mudasse o futuro!

O tempo corre! Está em uma verdadeira metamorfose ambulante. É como uma esteira, se você fica parada ele te derruba, ele nunca para. O tempo ultrapassa qualquer limite de velocidade, de repente ele passa e você nem vê. O tempo passa e a vida também. O tempo é infinito e a vida é finita. Uma coisa os dois tem um comum: não podemos deixá-los passar despercebido.

"A vida não para"

"Tão rara 3: Meu outro olhar" Em breve.

Carolina Gomes