terça-feira, 4 de agosto de 2015

Influências da infância

Oi pessoal! Hoje o vídeo é sobre uma tag que a Flávia Calina inventou (não bastasse o texto...) esperamos que gostem, de verdade!

https://youtu.be/42aUbyUJWe4

Super beijo, Carol e Júlia

sexta-feira, 17 de julho de 2015

A beleza de assistir Flávia Calina.

Flávia tem encantos muito raros de se ver nos dias de hoje. Paciência e alegria constante são virtudes que se enxerga pela tela ao dar o play no canal. Regada de fofuras que só sua filha Victoria proporciona, Flávia acha graça nas coisas simples da vida, transformando uma experiência pequena, em uma grandiosa. Uma simples chuva de espuma, vira motivo de risadaria total e muita felicidade, expressa em pulos e animação. 

Flávia nos inseriu no seu mundo de gestante, pra logo após nos inserir em seu mundo de mãe. Mas antes de tudo isso, nos inseriu em seu mundo de luta contra coisas que jamais entenderemos o por quê ocorrem. Flávia e seu marido tinham problemas de infertilidade. Foram 7 anos. E não há quem se emocione ao assistir o vídeo em que a tão esperada gravidez foi anunciada! Como em muitos vídeos do canal, lágrimas escorrem facilmente ao ouvir suas palavras. A partir daí, acompanhamos toda sua jornada. Escolha de carrinho, a descoberta do sexo do bebê, as compras, tudo. E a chegada da baby V (como é chamada a Victoria), foi um dos vídeos mais emocionantes que já vi até hoje. Ela já chega imersa em tanto amor, que dá pra sentir só de observar. A felicidade da Flávia e do seu marido, Ricardo, é linda! De quem realmente quis tudo aquilo por tanto tempo, e só agora havia conseguido. 

Desde então, foi só aprendizado com os vídeos. Flávia já era educadora infantil antes de ser mãe, ou na verdade, ela sempre foi mãe, por isso escolheu ser educadora infantil. Era uma mãe sem um filho, mas logo isso mudou. Eu, que nem mãe sou, nem pretendo ser por um bom tempo, já me sinto pronta só de ver os vídeos dela. Ela dá dicas e formas de ensino pra criança que te deixa boquiaberta sobre como dá certo. E dá mesmo! A baby V é uma das crianças mais educadas que já vi. Obediente, calma  (na maioria das vezes), simpática.. E brincalhona como toda criança deve ser. A Flávia não ensina gritando, ela ensina sendo, fazendo, mostrando. Com calma e paciência, vai dizendo à V, como proceder em cada situação. Sem desespero. Sem exaltação. Sem erro. 

A beleza de assistir Flávia é coisa de mudança de vida. Pro bem. A beleza de assistir Flávia, é começar a ver beleza em cantos antes sem graça. Expresso gratidão a ela, por trazer alegria pra vida de todos nós através de vídeos! 

Júlia Fagundes

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Por que sofrer na hora certa é importante

E aí pessoal, tudo bom? Hoje trazemos mais um vídeo pro canal! Dando um conselho que pra mim foi muito valioso de aprender!! Espero que sirva pra ajudar alguém! Deixem seu like, compartilhem, mas o mais valioso pra nós e que nos deixa mais feliz, é o comentário.. Likes são números! Queremos tocar corações e ajudar pessoas! Mande pro amigo que tá há uma semana chorando pelo namoro terminado! Hora de mudar! Hahah Muito obrigada, um super beijo, Júlia Fagundes 

https://youtu.be/54NjJU_ea0c

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Sonhos


Sonhos são feitos para serem realizados. Até os esquecidos, guardados na gaveta do subconsciente. 

Assistindo um filme na tv, relembrei que ao ver aquela mesma cena que passava, com uma amiga, muitos anos antes, havíamos dito que nosso sonho era ser oradora de classe e usar um discurso parecido com o da menina do filme. Aquela situação ficou esquecida, guardada em algum canto. 

Hoje, há algum tempo do fim do meu terceiro ano, comemoro na bagagem de conquistas, o fato de ter sido a oradora de minha turma. E só percebi que havia realizado esse sonho, quando revi o filme. Desempenhei tal função com muito trabalho, me esforçando, para então, hoje, perceber que tanta vontade de conseguir fazer direito, era simplesmente um sonho adormecido. 

Sonhos sonhados com o coração, são sempre sonhos realizados. Não importa quanto tempo demore pra acontecer.

Júlia Fagundes

domingo, 28 de junho de 2015

Love Wins

Não sou muito de me manifestar sobre as coisas que vejo no facebook, mas hoje isso se tornou inevitável.

Antes de mais nada quero lembrar do Art. 5º da Constituição Brasileira, em que diz: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.(...)"
 
Sei que a legalização da união homoafetiva ocorreu no Brasil em 2013. E que não tivemos a repercussão que estamos tendo com a legalização total nos EUA. Mas o fato é que a comemoração não é só pela lei, mas sim pela aceitação do amor. Inibir uma pessoa de amar a outra, seja do jeito que for, deveria ser crime. 

Tenho vários amigos homossexuais e eles não são diferentes de ninguém. São humanos, pagam os mesmos impostos, respiram oxigênio e também possuem sentimentos. (...) Portanto merecem receber o mesmo direito e respeito que qualquer João que anda na rua.

As pessoas falam que o amor foi legalizado. Eu pergunto: O amor precisa mesmo ser legalizado? - O respeito precisa ser legalizado?

Amar outra pessoa, seja do mesmo sexo, ou não, e não poder demonstrar isso é que deveria receber o titulo de errado.
 
Eu defendo, SIM!

Em um país que defende-se a liberdade de expressão a ferro e fogo, uma discussão dessas nem deveria existir. Cada um pode, e deve, ser o que quiser, independente dos rótulos colocados pela sociedade. 

Há apenas 2 dias, foi aprovada, no estado do Rio, a lei que puni o tratamento diferenciado para as pessoas com orientação sexual diferente, em estabelecimentos comerciais ou por servidores públicos. E voltando mais um pouco na história, em 1989, foi preciso colocar na constituição federal que o preconceito, de cor e raça, é crime. 

É possível perceber que, infelizmente, é preciso oficializar aquilo que, moralmente, já foi imposto anteriormente. Como li uma vez, precisamos de menos PRÉ e mais CONCEITO!

Acho a explosão de avatares coloridos bonita e importante, especialmente num momento tão marcado pela homofobia.

Carolina Gomes

quinta-feira, 25 de junho de 2015

A beleza de assistir Jout jout prazer.

As vezes a vida nos presenteia de forma inesperada, e a gente descobre que ser simples é ser melhor. Quando assisti o vídeo da Jout Jout dando uma tremenda dica, eu tive que escrever sobre isso! "Quando algo te entristecer, una suas pintas com sorrisos! Aí, já não se sente mais animadinho?" Ou algo assim, era o que ela dizia. 

Eu confesso que eu sempre fui boba, esse tipo de brincadeira sempre me deixou mais feliz. São coisas como ver meu namorado com formas de gelo na cabeça escrito "te ensinando a esfriar a cabeça" e brincadeiras bobas, que fazem toda diferença pra mim. 

Tá aí, nunca vou esquecer as formas na cabeça ou as pintas sorridentes. 

É tão leve, tão simples, tão bobo, mas ainda assim, tão majestoso, tão eficiente.. É nossa parte criança: pura, alegre e divertida. E não tem nada mais lindo na vida do que ser eterna criança (no bom sentido, crianças maduras por favor hahaha). Por isso ligar pintas faz meu dia mais feliz. Por que a beleza das coisas está na simplicidade. 

Não tente dar presentes caros ou surpresas gigantes, se você não cumpre o papel de fazer essa pessoa se apaixonar todo dia. Tudo isso só é válido, se houver paixão. Inclusive, a vida só é válida se houver paixão. 

Se apaixonar pelo sol, 
se apaixonar por uma cor, 
se apaixonar por um sorriso, 
se apaixonar por uma pessoa, 
se apaixonar por si mesmo. 

Jout jout cumpre com maestria o papel de sorrisos por bobeiras mínimas. Essa semana mesmo rolou um vídeo no canal em que ela mostrava um site de histórias sem graça. Assim mesmo. Histórias como "hoje eu fui passar e tinha um pombo, cheguei perto e ele voou". E ainda assim, passei o vídeo inteiro gargalhando. Bela simplicidade! 

O mero bordão de jout jout é simples e hilário ao mesmo tempo: "olha o cajado!" Eu duvido alguém assistir a esse vídeo sem rir pelo menos uma vez! 

Jout jout ensina fazendo. 
Ensina sendo. 
Ensina fazendo sentir. 

Me lembro de ver um vídeo dela com o pc siqueira (cujo astral costuma ser bem depressivo) e notar o quanto a bad vibe dele não bateu com a dela, a incomodou. 

Jout jout nasceu com um dom: olha pro lado simples da vida e apreciá-lo de forma ímpar. 

Seus vídeos em algumas vezes nem assuntos precisam ter para serem espetacularmente maravilhosos. 

Resumindo, meta de vida: ser como a jout. Até por que ter um caio eu já tenho, só falta o resto. 

Júlia Fagundes

domingo, 21 de junho de 2015

Futuro

O que você quer ser quando crescer ?
Aos 3 anos essa pergunta pode parecer boba e comum. Geralmente, a resposta é um não sei ou a profissão dos pais. 
Aos 8 anos, o panorama é outro. O desejo de ser igual aquela pessoa que mais se admira é enorme. Ela pode ser uma cantora, uma modelo, uma atriz...Nos meninos, já ouvi o desejo de ser o superman. Eu, por exemplo, nessa mesma faixa etária falava que seria dentista. Até que, com um pouco mais de idade, cheguei a conclusão de que não aguentaria o bafo das pessoas descuidadas. Quanta inocência. Então, comecei minha busca pela profissão perfeita.
Aos 12, com campo de visão já mais maduro começa-se a ver as qualidades e defeitos de todas as profissões. E se passa a entender que elas não são perfeitas. 
Com 15, o desejo e ambição pra saber o que quer são enormes. A mudança é constante, mais precisamente, diária. Cada dia queremos ser uma coisa mas não temos certeza, então, mudamos, mudamos e mudamos.
Hoje, aos 17, ainda não tenho a certeza do que gostaria de seguir. E nunca terei. Sigo aquela velha frase: "Faça o que gosta e nunca trabalhará", e assim escolhi minha profissão. Sem pensar no dinheiro, apenas naquilo que eu teria prazer em fazer.
E como foi dito anteriormente, não tenho certeza se é isso o que quero, mas no momento é o que mais vai me fazer feliz.
Admiro as raras exceções que seguem à risca aquilo que falam desde de pequenos. Conheço pessoas que desde que não eram entendidos por gente já sabiam o que seriam, e realmente, correm atrás para serem.
O que quero ser quando crescer ?
- Eu quero ser (ainda mais) feliz.

Carolina Gomes

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Evite amores utópicos.

Deixa eu te contar: para se viver uma grande de história de amor, tudo que se precisa é do amor em si. Não adianta vontade, nem o cara ou mulher maravilhosa. 

Muitas vezes nutre-se o sonho de viver amores de cinema, e acontece o que jamais deveria: depositamos em uma pessoa aleatória nossa vontade e passamos a viver em nossa mente um amor, na verdade inexistente. Apaixona-se pela ideia do que pode acontecer, não pela pessoa em si. Assim, transforma-se algo irreal na paixão das nossas vidas, ao criar uma imagem utópica de um relacionamento jamais possível além de nossos sonhos, se não se fizer com a pessoa certa. 

E dói perceber. Terminar um amor utópico machuca tanto quanto terminar um real. É a quebra de um conto de fadas que só você viveu, pela simples vontade de viver um de verdade. 

Mas quando você encontra um amor de cinema, ah, meu camarada... Não há nada que te impeça de perceber que é real. Todos a volta notam... Seus risos e sorrisos se fazem mais felizes. Não há nada como descobrir que, finalmente, se tem um sonho concretizado. Sonhar sem tirar os pés do chão é divino. E possível, basta ter calma, e esperar sempre. Por que o amor vem pros desavisados. 

Então deixa eu te contar: não crie amores. Deixe que os amores nos criem. Não anseie por paixões de revirar os olhos, deixe que os olhos revirem sem que você perceba. Quando existe química, quando existe por quê, quando existe real sentimento, o sonho vem sem que a gente note. Não deposite suas expectativas em qualquer sapo, esperando que ele vire príncipe. Isso é coisa de conto de fadas. E os contos de fadas da realidade só acontecem quando o amor realmente permeia dois corações. 

Júlia Fagundes

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Desistir

Desistir é mais fácil que tentar. Isso é fato! 
Mas que graça teria a vida senão fosse feita de desafios? Na hora que a corda aperta a primeira coisa que pensamos é largar tudo sem olhar pra trás e, pelo visto, nem pra frente. 
A caminha é longa, e não é fácil, mas é que precisamos passar por dificuldades para que lá na frente saibamos lidar com as aventuras e desafios da vida.
Provavelmente, isso, que vives agora, é um ensaio, muito do leve, do que está por vir. O ensaio geral nunca vamos ter, já que até na hora do espetáculo somos pegos de surpresa pelos os imprevistos que podem arruinar completamente tudo o que planejamos.
Tudo aquilo que é feito bem, com amor, uma hora vai dar certo. E se você não desistiu ainda é porque vai valer a pena.
Não importa quantos tombos você leve, levante a cabeça e siga em frente, o tempo certo vai chegar. 
E se forem muitos tombos, olhe ao redor, você ainda tem alguma coisa para aprender.
Lmbre-se, nunca desista de lutar por seus sonhos! 

Carolina Gomes

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Le pétit prince

Me relembrando de uma passagem de um dos meus livros preferidos, - se não o mais- o pequeno príncipe, eu tive que concordar... 

"As pessoas grandes adoram os números. Quando a gente lhes fala de um novo amigo, elas jamais se informam do essencial. Não perguntam nunca: 'Qual é o som da sua voz? Quais os brinquedos que preferem? Será que ele coleciona borboletas?' Mas perguntam: 'Qual a sua idade? Quantos irmãos ele tem? Quanto pesa? Quanto ganha seu pai?' Somente então é que elas julgam conhecê-lo. Se dissermos às pessoas grandes: 'Vi uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, gerânios na janela, pombas no telhado...' elas não conseguem, de modo nenhum, fazer uma ideia da casa. É preciso dizer-lhes: 'Vi uma casa de seiscentos contos'. Então elas exclamam: 'Que beleza!'"

E aí me veio à cabeça um episódio em que a minha mãe disse não conhecer meus amigos, mesmo depois de eu falar deles pra ela, e eu resolvi que então faria fichas sobre eles, pra ver se adiantava... Idade, data de nascimento, segundo grau, ocupação. Ela se contentou um pouco mais. "O pequeno príncipe era um verdadeiro sábio." Pensei em dizer pra minha mãe.. "Só se vê bem com o coração... o essencial é invisível aos olhos." 

Realmente. Aquelas fichas me fizeram sentir ridícula. Ninguém conhece o outro por saber sua data de aniversário. A minha melhor amiga conhece todos os meus números. Mas não é por conta deles que ela ganhou seu posto. É por que ela sabe o que vou falar. Por que ela sabe como vou reagir. É por que ela conhece meus detalhes... Ela sabe meu passado, presente, futuro... E ela está em todos eles. Ela conhece cada sutileza de mim, e garanto que nenhuma delas têm a ver com números... 

As pessoas grandes gostam de números. Assim como comecei com o blog, e comemoramos nossa primeira centena de curtidas na página.. Aquilo me soou tão legal.. Mas nunca é tão legal quanto encontrar com alguém que diz ler meus textos e que gosta do que faço... Que elogia um texto específico, ou diz que acompanha.. Não tem preço! Não existe número estatístico de visualizações que seja de tamanha grandiosidade! 

É por isso que o pequeno príncipe é mais que um livro. Ele não é um livro sobre as coisas, ou sobre uma história. Ele é um livro sobre nós. Quem o leu mais de uma vez, pôde ver o quanto ele soa diferente a cada vez que é lido. Ele permite que a gente descubra mais sobre si em cada leitura nova. 

Júlia Fagundes

domingo, 7 de junho de 2015

Carta à minha avó

Vó (s.f) - A mãe dos nossos pais. 
Duas letras. Parece uma palavra pequena mas sua grandiosidade e importância são indeléveis.
Aquela que busca sempre agradar da melhor maneira possível, que é capaz de tornar cada tradicional "domingo na casa da avó" único. 
Casa de vó tem uma coisa que mais lugar nenhum tem: o cheirinho dela. Inconfundível, indescritível e essencial. 
Ela nos mima até quando os pais estão brigando conosco e nos compreende dando cada vez mais esperança de realizar nossos sonhos.
Dieta? Isso não existe na casa dela. É só chegar lá que ela vai pro espaço. Quitutes são o que não faltam naquela cozinha. Pra quem quer saber o ingrediente principal é o AMOR.
Já o "amar" é uma palavra que tem quase que as mesmas características da palavra "Vó". Ao invés de um substantivo, é um verbo. E que verbo bonito de se conjugar. 
O amor é colorido. Transmite alegria e é uma das melhores fontes de qualquer outro bom sentimento da vida. É aquele que chega pra fazer uma visita e não podemos deixá-lo ir embora. Esse amor, sempre morou em nossos corações, e todos os dias nos lembramos dele... Tão lindo,puro, simples.. Lembramos também de seus carinhos e ensinamentos, do seu olhar de ternura, do seu olhar de vó que moram, e nunca saíram dos nossos corações...Sempre antes de dormir rezamos por você, para que tenhas em dobro tudo aquilo que pedes por nós.
Vó, o amor sempre esteve presente, não só nesta casa, mas em VOCÊ! Porque a senhora permitiu que ele entrasse e reinasse sobre todos nós. 
E hoje estamos aqui para agradecer por tudo o que recebemos e que se multiplica a cada dia em nossas vidas. Obrigada por ser nossa avó!
De todos os seus netos.

Carolina Gomes

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Pirado Nela


To aqui todo bobo vendo ela falar. Toda articulada, inteligente. Difícil de explicar minha felicidade em lembrar que no fim do dia ela repousa ao meu lado, serena e linda. Eu sou pirado nela. Sempre fui, desde o começo. Pirado mesmo, louco, faria de tudo só pra estar perto, pra vê-la sorrir. 

A simplicidade dela dispensa complementos, e todo mundo adora vê-la se divertir. Diversão também sem complementos: dispensava bebidas, homens e tudo mais. Só ela e a vida. Algumas vezes a pista, algumas vezes a vista, algumas vezes budista. Sua diversão era pura e genuína. Bonita de se observar. 

Eu pirava naquele sorriso. Dava vontade de sorrir junto, por que a minha felicidade, por diversas vezes era consequência da dela. Eu pirava naquela felicidade simples que só tinha visto naquela menina. Ela tinha que se transformar em minha menina, e assim foi. Minha menina, minha sina, minha pira, me ensina a viver sua vida libertina... Ah menina... 

Me desculpem tantas palavras... É que eu sou pirado nela... E nenhum verso, poesia, prosa, crônica, livro, explica o que sinto. 

Júlia Fagundes

domingo, 31 de maio de 2015

Lado perdido

A pureza das crianças sempre me tocou. E até hoje não é diferente.
Enquanto aguardava na recepção de onde ministro aulas de ballet compartilhei boas gargalhadas com um pequeno que pareceria ter uns 5 anos e sua mãe com um de 2 semanas no colo.
- Qual o seu nome? - Perguntei
- Kauã!
Nisso a mãe começou a rir, pelo simples fato de eu estar interagindo depois de muito tempo de inquietude do menino. Minha tentativa era de fazê-lo interagir com outras coisas, visto que já estava há muito tempo brincando com uma torre de copos. 
- Quantos anos você tem?
- 8.
Oito? OITO? O-I-T-O? Meu Deus, ele tinha meio metro de altura! 
- Onde você estuda?
- No 29. - Uma escola pública aqui da minha cidade.
- E você gosta de estudar?
Silêncio.
- Gosta? - Repeti. 
Nesse momento a mãe o mandou responder. Ouvi um "aham!" bem baixinho.
Continuei puxando conversa e fazendo perguntas aleatórias. Descobri que ele gosta de brincar de carrinho e ainda não sabe o que quer ser quando crescer.
Deu minha hora, levantei em direção à porta de entrada e falei um “tchau” para a família que ali aguardava. Enquanto ia saindo fui surpreendia com uma corrida seguida de um abraço.
- Obrigada por conversar comigo! - falou.
- Ah! Que isso! Dá cá um beijo! Sempre que quiser trocar ideias pode me procurar aqui! 
Recebi mais um abraço de urso. Agora eu tinha um pequetito entrelaçado no meu pescoço. Ele apertou tanto que parecia que queria ir junto comigo.
Que criança adorável. Mesmo com toda a bagunça que ali fez. Tinha uma leveza de criança que muitas vezes não vemos mais por aí.
Ele usava roupas de criança e agia como uma - apesar de ser achar o adulto do recinto, como toda criança.
Observe que em apenas 2 parágrafos usei a palavra "Criança" quatro vezes. Sim, pois ela está presente em mim. E deve estar em você também. Não entendo porque perde-se essa característica quando se acha que já é adulto. Ninguém é adulto por completo. 
O medo de deixar o lado infantil florescer é maior que a vontade de demostrá-lo de vez em quando. Além disso, a opinião da sociedade importa mais do que a nossa.
Permita que seu lado interior floresça e faça jus ao que você é, e não ao que os outros querem que você seja.

Carolina Gomes

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Até logo que vira adeus

Eu nunca soube lidar com a morte. Talvez por ter crescido sem ter contato direto e intenso com ela. A morte desavisada é dolorida. Transforma um até logo em adeus em questão de segundos. 

Tanto que hoje, mesmo quando não sou próxima de alguém que morre, me abala. O fardo pesado que é ter que lidar com a fugacidade da vida. Em um dia, a pessoa está ali, no outro, se foi. Acabou. E os planos? Só restaram danos, enganos. 

A morte chega pra todos nós de alguma forma, e é a única certeza de viver. Mas morrer em vida é pior. É como dizem por aí: Vinicius morreu aos 60, mas viveu 120. Viveu como quis. Amou muitas e muitas vezes. E não se reprimiu. Se entregou à vida, pra quando tivesse que se entregar a morte, que o fizesse em paz consigo mesmo. É melhor se arrepender do que a gente fez, do que daquilo que não fez. 

Um caminhão, por cima de uma moto, e fim. Tudo aquilo que deixamos pra amanhã, já não pode ser feito, por que o amanhã já era. Vai deixar pra viver depois? 

Júlia Fagundes

domingo, 24 de maio de 2015

É arte!

Podem me criticar o quanto for, mas se eu ver um artista de rua dou algumas moedinhas.
Seja aquele que toca uma flauta ou um violão. Ou aquele que usa tinta a óleo pra pintar, com dedos, lindos quadros em azulejos. 
Já esbarrei com seu Zé das poesias grátis - pegue quantas quiser e deixe quanto puder. Com João, daquele velho café da esquina, que, sagradamente, se apresentava todos os domingos pela manhã.
Nas saídas dos museus, já vi o Carlitos, o Faraó, Avatar e até o Indiana Jones, que de baixo de um sol quente estavam lá com a tinta escorrendo pelo corpo. Batucadas em potes de alumínio já foram trilha sonora na saída do Pão de Açúcar. Ao lado, uma placa dizia: faço poesia, me conte sua história.
Uma capa de uma viola aberta e pronto, o show começa. Tom, Vinicius, Chico, Milton.. Já ouvi de tudo pela ruas a fora. E sim, paro, dou atenção, as moedas e sigo meu caminho.
É arte! É trabalho! Merece respeito. Nesse país, poucos, mas muito poucos, são os artistas que conseguem o reconhecimento mínimo. Isso depois de muito trabalharem e, muitas vezes, depois de suas artes terem sofrido plágio.
Falaram por aí que artista no Brasil não tem vezes.. Tem sim! Pois - Graças a Deus - ainda temos pessoas que acreditam no poder da arte.

Carolina Gomes

quinta-feira, 21 de maio de 2015

O poder de sofrer na hora certa.

Sem "não chora não." Chora sim. Chora muito. Mas chora e para. Sofrer na hora certa é uma dádiva. Se acabe instantaneamente, mas não se acabe aos poucos. Por que aos poucos o sofrimento é arrastado, e o que era pra ser um momento triste, se torna uma semana triste, um mês, um ano. Se permitir chorar é preciso. Quando a gente acha que é o fim do mundo, deixa achar. Esperneia, grita, se irrita, fica triste, derrotada. Mas levanta depois e continua seguindo em frente, por que tem mais caminho à espera... E esse caminho precisa urgentemente ser andado de cabeça erguida, por que quem olha muito pro chão, uma hora o encontra.. 

Júlia Fagundes

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Através do portão

Primavera. A temperatura estava amena e era mais um dia para Dona Cila. Atrás de um portão velho de ferro se escondiam a senhora e sua companheira, a cadeira de balanço. Passava horas ali, analisava o voo dos pássaros e o balançar das folhas das árvores.
Ao lado, uma casa pequena, velha e bem bagunçada. As janelas já estavam emperradas, e só havia uma porta para entrar e sair. Saia apenas para a varanda, onde havia um vaso com o caule seco de uma velha orquídea, que apesar de ser primavera fazia dois anos que não dava flor.
Foi no vai e vem de sua cadeira que Dona Cila viu as transformações da vida: uma lagarta que virou borboleta, a garoa que virou tempestade e sua filha, que a visitava uma vez por semana para renovar o estoque de comida e remédios e tomar a benção. "Boa-tarde" e "Que Deus te abençoe" eram as únicas palavras que saiam da boca de ambas naquela casa.
A filha cresceu, casou-se, procriou e a senhora continuou a se balançar na velha cadeira. A solidão se fazia presente a cada dia. E no abrir diário dos álbuns de fotos, Cila se lembrava dos eventos passados. A cada passar de páginas era um sentimento diferente. Pessoas que já se foram, outras que cresceram e nunca mais voltaram. O intervalo de visitas semanais aumentou. Uma vez por mês. De seis em seis meses. De ano em ano, até nunca mais.
Ela fora esquecida e deixada de lado, igual se deixa uma velha blusa. Os remédios foram consumidos por completo. A comida acabou. A vida, também. Agora a cadeira ficou só.
Uma vizinha que passava todos os dias e a via balançando, notou sua falta, e correu para avisar a filha.  Cila foi encontrada morta uma semana depois de seu falecimento. Mas apesar da solidão, foi encontrada viva no coração daqueles que das fotos fizeram as lembranças.

Carolina Gomes

domingo, 10 de maio de 2015

Segundo domingo de maio.

Quando eu era pequena, minha mãe era a pessoa que mais ouvia minhas tagarelices por horas a fio, até gritar "você engoliu uma vitrola??!" Conforme eu fui crescendo, e fui entrando naquela fase "adolescente rebelde", eu tinha em mim muitas certezas que hoje foram pro beleléu. Eu nunca fui uma adolescente que trouxe problemas sérios. Nada de bebida, nada de droga, nada do tipo. O trabalho que tinham comigo era simplesmente por que àquela altura do campeonato, achando que sabia muito da vida (não que hoje eu saiba, por que não sei nada), eu achava que a criação dos meus pais era errada pra mim. Que eles me prendiam muito, e não deixavam eu fazer o que eu quisesse. Que a minha mãe não gostava que eu saísse, que eu namorasse. Hoje eu agradeço por toda proteção que me deu. Hoje eu vejo que ela me criou pro mundo, mesmo que eu achasse que ela me criasse pra ela. Ela me mostrava que as vezes as pessoas podiam ser ruins com a gente, e que dessas pessoas, a gente mantinha distância. Ela me mostrava que se divertir e sair é válido, mas que tudo em exagero faz mal. Que a gente tem que ter responsabilidade, compromisso, e noção de que temos que trabalhar duro por aquilo que a gente quer. Que a gente tem que levar a vida com bom humor, pra rir da gente mesmo. A minha mãe me ensinou muito até hoje. E ensina sempre. Mesmo sem dar lições, ela ensina fazendo. Ela nunca precisou sentar e me dar uma aula do que fazer. Entre conversas, ela me ensinava dando o exemplo. Hoje eu quero ser pelo menos metade da mulher que minha mãe é. 

A minha mãe é guerreira e não desiste de nada que realmente sabe que consegue. Ela faz de tudo pelas filhas, e isso é incrível. A minha mãe tem a melhor gargalhada. A minha mãe tem o melhor abraço. A minha mãe tem as melhores histórias, a minha mãe tem as melhores doideiras. A minha mãe me rende as melhores risadas. A minha mãe é um grande exemplo pra mim, de que quando a gente quer, não tem nada que nos impeça de conseguir. Que o nosso melhor incentivo é a nossa vontade. 

Mãe, eu nasci a cara de papai, mas quero ser como você! (Um pouco como ele também, vai) Te amo! Feliz segundo domingo de maio! 

Julia Fagundes

quinta-feira, 7 de maio de 2015

O Nordeste é lindo!

Na última ia à Cidade Maravilhosa visitei o Museu de arte do Rio de Janeiro (MAR). Fiquei encantada. O museu é a cara do Rio, super charmoso e, claro, com o balanço do mar. Sou suspeita. Sempre fui apaixonada por museus. Nessa mesma viagem visitei mais de 8.
Ao entrar na exposição do "Homem do Nordeste" fiquei encantada com tanta arte e cultura que representa uma parte linda do nosso país. E com as ótimas coincidências da vida, ao caminhar pela galeria avistei um casal um tanto inusitado pra a cidade, mas não para a exposição: um típico casal nordestino. Fiquei feliz ao vê-los tão humildes, apreciando sua própria história e identificando os fatos. Bateu a dúvida se elas faziam parte do museu ou não. Então, mais que depressa corri até o segurança mais próximo e perguntei:
- Eles são da exposição ?
- Não, eles estão visitando mesmo. - respondeu. Mas até hoje não sei se ele falou a verdade.
Desejei um bom dia e voltei a apreciar o casal. De fato passei mais tempo os observando do que vendo as obras em si. Achei interessantíssimo eles estarem vendo a própria história e me mostrando a história viva. A cada passar de esculturas, camisas e vídeos da região eles olhavam e muitas vezes falavam:
"- Alá, eu já fui ali!"
O Nordeste é mesmo lindo! Ainda me apavoro com as pessoas que o julgam por aí falando simplesmente que é uma região pobre e de pouca chuva. É uma das das mais, se não for a mais, rica em cultura do nosso Brasil. E cultura é riqueza sim!
O fato é que aquele casal, que me parecia vir de tão longe, me abriu os olhos pra as partes do Brasil que são esquecidas, e muitas vezes, excluídas e só lembradas quando há algum interesse.
Nosso Brasil(zão) tem MUITA coisa bonita guardada, que pode ser implantada em outras regiões, somos vários países dentro de um só. Todos temos uma Maria Bonita e um Lampião guardado em algum canto.

Carolina Gomes

domingo, 3 de maio de 2015

Com amor, eu

Querido amor, 
se você está lendo essa carta, significa que eu parti dessa pra uma melhor. Você sabe que eu acredito naquela coisa toda de vida após a morte, então eu espero que eu tenha ido pro céu. Se eu não fiz o suficiente pra que isso aconteça, faça por mim e seja sempre uma pessoa boa, como já era de costume seu. 

Quero que saiba que você me fez feliz. Você foi meu amor incondicional. E que se um dia brigamos, eu passei a briga inteira torcendo pra que acabasse logo e eu ganhasse um abraço apertado. É que você sabe, a vida é muito curta pra perder tempo com essas coisas. Até o momento que te escrevo isso, permanecemos intocáveis, sem brigas, sem bate boca. Todo problema resolvido no diálogo. 

Eu vou sentir saudade. Sei que você também. Mas tenho um pedido: arranje outra. Arranje mesmo, alguém que te faça sorrir, e esteja ao seu lado sempre. Por que eu já te disse isso: amar é querer a felicidade do outro, independente de quem a traga. E no momento eu não posso estar perto, então só quero que seja feliz. 

Sei que ninguém vai substituir nossos longos olhares fixos, nossos sorrisos intermináveis, nossa diversão ao pé do fogão, ou nossas gargalhadas. Mas a felicidade pode vir de jeitos diferentes. Procure algum. Não se lamente por muito tempo pela minha morte, um dia a gente se encontra. E enquanto isso não acontece, não tem como voltar, e a sua vida não para pra um momento de sofrimento tão longo. Sofra intensamente por alguns dias. Mas revigore-se e mantenha apenas a saudade. 

Eu vivia com medo da sua morte. É egoísta, mas eu sempre tinha pra mim que seria mais fácil morrer do que te ver partir. E foi, tenho certeza. Te deixar pode ter me doído, mas te ver partir seria ainda mais difícil. Por isso aonde você ia, eu queria notícia. Não era ciúme, não era medo da traição. Era medo de uma tal dona morte. Pode parecer macabro viver pensando nisso, mas queria sempre fazer de tudo pra te proteger ao máximo, pra ter você sempre pertinho.

Vivemos intensamente, sempre. Do começo, ao trágico fim. Foi literalmente até que a morte nos separe. E separou. Mas vou em paz por saber que fiz tudo que eu podia, e que eu sempre estive bem perto de você, vivendo ao máximo. Que meu coração foi seu, e se depender de mim, vai continuar sendo. Que daqui do céu (eu espero que seja onde estou), eu te olho sem parar, penso em você constantemente e te guio e protejo. 

Eu não devo ter sido lá a namorada perfeita, mas me esforcei ao máximo pra te deixar sempre com um sorriso no rosto. Nenhum brigadeiro nunca teve gosto tão bom quanto aquele que comíamos juntos. Nenhum filme foi tão divertido quanto aqueles que víamos grudados no nosso cantinho. Nenhum primeiro beijo jamais seria tão bom quanto todos os nossos juntos (por que sim, demos muitos primeiros beijos). Nenhuma simplicidade me encantou tanto quanto a sua, jamais. 

Eu quero que saiba que te escrevo isso não pra que chore e guarde a carta com pingos escorridos entre as letras. Mas pra que a gente tenha mais uma conversa depois de tudo. Ainda somos eu e você, aqui, no tête-à-tête. Pode responder, eu vou ouvir. Sinta saudade, eu também vou sentir. Mas jamais se arrependa do que vivemos, fomos felizes demais. 

Espero que você continue a pessoa maravilhosa que sei que é. Não se esqueça dos aprendizados que coletamos, e das felicidades que vivemos. Você sempre terá sido (e ainda é) um amor incondicionalmente lindo. Obrigada. 

Com amor, eu. 

Julia Fagundes

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Cachos soltos

"Por que você alisa o seu cabelo?"
Essa pergunta me torturou durante anos. Quando era criança odiava o meu cabelo. Achava que tinha que ser espichado para ser bonito, afinal todo mundo tinha cabelo liso. 
Fiz de tudo no cabelo, tentativas frustadas de "soltar os cachos", mas sempre metiam um secador e uma chapinha no final. 
Já fui pra escola com um rabo de cavalo encharcado, pois não podia penteá-lo seco. Já fui a vilã dos piolhos, mesmo tendo menos hóspedes sanguessugas que minhas amigas de madeixas lisas, já fui apelidada de "leãozinho" e já pediram que eu soltasse meu cabelo seco apenas para rirem da minha cara. 
No ápice dessas experiências implorei à minha mãe que o alisasse, seria minha chance de olhar no espelho e me sentir tão bem quanto as outras meninas. Nada disso aconteceu, por anos e anos fui mutilando minha verdadeira identidade para agradar e me encaixar num padrão. E eu fiquei igual um espantalho. Meu cabelo virou palha. Mas qualquer coisa era melhor do que a floresta que eu tinha antes, até deixar um boi lamber.
Graças a Deus que tenho irmã, que me convenceu a voltar com meu cabelo natural anos depois. Passei a frequentar salões especializados e comecei a tão temida transição. 
Um ano e meio. Esperei. Sofri. Minha auto estima caiu mais ainda. Mas meu dia chegou. Troquei o cabelão "palhudo" no meio das costas, um mimoso cacheadinho acima dos ombros. 
Se eu fiz bem? Sim, eu me aceitei. Aprendi a cuidar dos cachos e que o apelido de "leãozinho" pra uma cacheada é elogio. E digo com prazer, foi uma das melhores coisas que já fiz na minha vida até hoje. 
Não pense que contei essa história toda atoa. Contei para mostrar que a minha personalidade falou mais alto do que os rótulos aplicados pela sociedade. 
Liberte-se. Todos temos um lado oprimido para ser colocado pra fora, e assim deve ser, não deixemos que a opinião alheia diga como devemos ser/nos comportar. E nem que os modelos aplicados por revistas sejam verdadeiros modelos de vida. E como dizem por aí: seja o que você quiser.

Carolina Gomes

domingo, 26 de abril de 2015

Simplesmente acontece

Quando eu o conheci, eu namorava. Posso até dizer que só eu namorava, meu namorado não. 
Eu estava mergulhada em desespero com os estudos, apavorada com tudo que estava por vir. 
Ele, moleque que só, veio devagar chegando perto, se tornando um amigo incondicional. 
Me dando abraços em momentos onde meu namoro fraquejava e eu já não aguentava mais. No dia que terminei tudo, fui contar pra ele. E em um momento fraquejei querendo voltar, e ouvi a frase "não faz isso, ele te deixa triste, e eu gosto de ver seu sorriso." Depois daquilo não fui capaz de voltar nunca mais. 
E se tratando daquele namoro, era extraordinário que isso acontecesse, já que era feito de indas e vindas.
Quando eu o conheci, eu já era tão magoada, que já tinha desistido de encontrar alguém por um bom tempo.
Aquele ano seria meu, eu e eu mesma. Acabou por ser eu, eu mesma, e os carinhos dele, o apoio dele, e tudo que eu precisava. Eu, e ele. 
Quando eu o conheci, já desacreditava em achar alguém que aprendesse a lidar com meus amigos meninos, com meu jeito expansivo, e com minha espontaneidade. 
Quando eu o conheci, eu amava química, e odiava física.

...

Hoje, alguns longos meses depois, eu namoro. 
Com ele. 
Eu continuo mergulhada em estudos, mas sem desespero, por que ele me ensinou a colocar o chão no pé de volta.
Ele, moleque que só, roubou meu coração em cheio, e veio devagar se tornando o melhor amigo, e mostrando ser o melhor namorado. 
Nosso namoro não fraqueja, não ameaça quebrar. Os longos meses construíram base tão sólida que a estrutura nem sequer balança. 
O meu sorriso se tornou constante, como ele sempre disse gostar. 
Quando notei o quanto ele me fazia bem, olhei pra trás sorrindo, por não ter realmente desistido de encontrar alguém certo pra mim. 
Ele era o cara. 
Hoje, olhando pra trás e notando o ano que passei depois que o conheci, reparei em câmera lenta todos os sorrisos.
Reparei o quanto ele era sempre presente quando eles ocorriam. 
O quanto eu fazia de tudo pra assistir à aula deitada em seu ombro, o quanto fazia a diferença dar um abraço e beijo de bom dia nele. 
Hoje, eu conheci alguém que apoia minha espontaneidade, meu jeito expansivo, e minhas amizades. 
Encontrei aquilo que já tinha desistido de achar quando o conheci. 
E quando eu o conheci, eu amava química, e odiava física. 
Mas hoje eu percebi, que quando a química existe, não adianta relutar, a física simplesmente acontece.

Júlia Fagundes

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Coração vermelho

Mãos que se encontram
Me tocando, te tocando
E no calor das mãos suadas 
A energia ia se concentrando

Olhares que se cruzam
Não são mais os mesmos 
Eram sinceros, fortes e verdadeiros
Uma mistura incomum de sentimentos

Olhando a lua cheia nessa noite escura 
Sentindo o vento bater em meus cabelos
Tenho a certeza de nós dois

Uma linda aurora logo reina
Os braços se entrelaçarão
E de repente, o crepúsculo se fará presente
Ao toque dos lábios avermelhados

Carolina Gomes

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Amigos que se mudam mas nunca se vão.

Gosto de amigos que mesmo à distância, não me deixam só. Daqueles que depois de meses, a risada ainda é permanente, a conversa ainda flui, e ainda divide seu dia a dia com você. Divide histórias, divide gargalhadas, divide momentos. 

Ainda sinto falta do abraço apertado de alguns amigos que se mudaram. Mas - e ainda bem- amigos que se mudam nem sempre se vão. A tecnologia é aliada, e se ouvir a voz e ver o sorriso alegra, marcar de se encontrar pra dar um abraço, olhar nos olhos, explode o coração de felicidade. Data marcada, é data esperada com ânsia insana. 

Sinto falta do dia a dia, de saber do cotidiano e das histórias engraçadas diariamente pela manhã, com um sorriso bobo e inocente. Hoje conto com mensagens e ligações, que me trazem de longe, notícias de acontecimentos, dos engraçados aos trágicos. 

O ombro amigo falta, mas a palavra reconfortante ainda existe pros momentos difíceis. 

Viver na ponte da tortura que é ter um amigo a distância, é indescritível. Mas a nossa sorte é que amigos que mudam nem sempre se vão. 
Julia Fagundes

domingo, 5 de abril de 2015

Uma páscoa pro coração

Era páscoa e eu já havia decidido: Faria uma caça aos ovos surpresa pro meu namorado, com o ovo que eu mesma tinha feito. 
Na porta, 3 bilhetes. "Oi amor, tudo bem? Prepare-se para andar bastante. Entre sem bater". 
Do outro lado da porta, eu com um post-it que dizia "vá até o local onde fica a matéria prima do nosso brigadeiro." 
Assim que ele entrou, mostrou as mãos escondidas atrás do corpo e me mandou escolher uma. Acabei ganhando o conteúdo das duas. De um lado, um ovo da pequena sereia (desenho pelo qual nutro uma paixão infantil insana) e do outro, um coelho com um recipiente que dizia "você é especial" cheio de bombons. 
Meu coração se encheu de alegria. Tem coisa melhor do que preparar uma coisa especial pra quem se ama, e ganhar algo tão especial quanto? (Só o sorriso dele ao abrir a porta já me destruiu por inteira na verdade) 
Eu sempre fui assim, os presentes aos quais eu mais me apegava, eram aqueles que tinham apelo sentimental por trás de tudo aquilo. Nunca me importei com presentes caros (obviamente não reclamava de ganhar), mas sempre fui mais feliz com coisas simples, que mostrassem conhecimento da minha personalidade. 
Ver aquele ovo da pequena sereia foi como se ele dissesse "eu te conheço tanto, que sei que vai amar ganhar algo da ariel, sei que vai se divertir muito mais do que apenas com chocolate". E assim foi. Ele entrou, se divertiu com a sua caça ao ovo, morremos de rir, e contou muito mais do que uma cesta lotada de chocolate qualquer. Foi um presente pro coração, não pro estômago. Aproveitamos esse feriado pra mais uma vez mostrar todo nosso sentimento, e atenção ao que um diz ao outro. 
Muito melhor do que qualquer páscoa, nessa, além da ressurreição de Cristo, renasceu junto nossa paixão, assim como ele faz todos os dias, de maneiras diferentes. 
Júlia Fagundes

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Garçom, por favor!

- Ô moço, me traga uma batida da loucura do Cazuza, com uma dose do amor do Nando, e pra fechar um pouco da alegria do Jair. 
Avise aos navegantes que vem aí um arrastão de felicidade, acompanhado de uma média bem gelada.
Não esqueça aquela Pimentinha pra acompanhar a porção de burritos, que faz uma combinação perfeita com a Rita. 
Gostei da reforma, viu? Os discos de Chico misturados aos de Caetano caíram super bem nessa parede amarela. O nosso velho balcão de tantas histórias cruzadas permaneceu, ainda bem. Os novos quadros da parede fizeram uma combinação perfeita com o piano do Tom. 
- Que artista é esse ? - Perguntou Renato apontando para a vitrola que tocava a minha esquerda. 
- É aquele que é meio bossa nova e rocha in roll. Ah! Soube do Milton ? Ouvi dizer que ele mais Vinícius e Gil foram ao Clube do Guri, ouvir o Ivan que ia se declarar pra Madalena. É nessa roda vida que a música surge, né?! E faz história. Ainda bem. 
Ah! Seu Jorge, pode ficar com a gorjeta. Boa Noite, "procês".

Carolina Gomes

domingo, 29 de março de 2015

Alguém apaixonado por mim? Onde?

Eu passei toda minha pré adolescencia sendo aquela adolescente em crise. Até os 14, eu era estranha. Sempre fui gordinha (bem gordinha mesmo) e meio sem noçao. E na época que todas as minhas amigas ja estavam com os menininhos, dando beijinhos por ai, la estava eu, sem ninguém. Um dos primeiros garotos que gostou de mim, deixou de gostar tao rapido que quando eu processei a ideia, ele ja nao me queria mais. 

Foi so aos meus 14 anos, que ao ver minha festa dos 15 na minha cara, dando beijinho no meu nariz, que eu resolvi emagrecer. Isso depois de receber um telefonema bem maldoso de um amigo de um menino que eu gostava, perguntando se eu era a gordinha da qual ele falava. Pronto, resolvi emagrecer de vez. Cortei tudo possivel da vida que pudesse engordar, e pronto, em uns 5 meses, foram 11 quilos. Me senti bem melhor pra procurar o vestido da festa. E ao emagrecer e tomar um estalo, dei uma guinada na vida. 

Ganhei auto confiança suficiente pra ser quem eu era na frente de todo mundo, sem vergonha. Mudei de escola, e finalmente senti olhares que nao fossem de meninos desagradaveis ou de meninos inconstantes como o que citei. E quando algum garoto chegou a gostar de verdade de mim, eu estranhei tanto que toda hora me pegava pensando:"caramba, o que sera que ele ve em mim? Por que ele quer estar comigo?" Até hoje esse tipo de pensamento vem a minha mente... Como pode alguém me querer? Eu, mera bobinha, nem de mulher posso me chamar ainda, e to aqui, com um cara legal dizendo que gosta de mim. Depois de tanto pensar, acho que a minha mente nao sabe assimilar esse tipo de coisa. 

Mas no fim eu sei muito bem que todo mundo merece ser amado, que pra todo sapato velho existe um pé descalço. E que eu talvez tenha demorado a perceber que algo em mim poderia encantar alguém, mas que todo mundo sabe ser encantador a sua maneira! Ganhar a minha auto confiança foi importante pra olhar pra tras e ver que quando a minha vida mudou, eu nao mudei junto, simplesmente me senti capaz de mostrar quem eu era. 

Hoje em dia ainda me choco quando acontece de alguém me dizer "sou apaixonado por voce."  Minha mente ainda trabalha pra pensar "como assim??", mas no auge dos 18, e apaixonada que so, percebe que pra todo mundo existe amor, e pra todo mundo existe encanto, basta saber olhar.

Julia Fagundes

quinta-feira, 26 de março de 2015

Alguém

Encontrei alguém que ama cada batida do meu coração
Que olha fundo nos olhos 
E vê que a pupila realmente dilata quando estamos juntos

Encontrei alguém que voou
Pra onde eu queria estar 
E vou estar daqui a um tempo

Encontrei alguém que com os mesmos objetivos que eu
Se encantou com o nosso jeito extrovertido de levar a vida.

A melhor coisa que já aconteceu pode estar ali 
E simplesmente não estar.
Mas tudo bem, também
Eu já entendi que eu sempre vou te amar.

Carolina Gomes

sábado, 21 de março de 2015

Um ensaio sobre a sua leveza.

Eu sabia que isso ia acontecer. 
Que eu ia chegar, 
e meu sono ia sumir, 
minha cabeça enlouquecer. 

Você me desmanchou toda. 
Da cabeça aos pés. 
E sem minha permissão! 
Com sua leveza espetacular, 
me deixou boquiaberta, 
ao desvendar meu estado são.
Você foi tão leve e simples, 
em um mundo tão pesado e complicado 
que eu achei que era brincadeira do destino
ter te ganhado. 

Já tínhamos chegado ao fim do semestre
e depois de receber até diploma, 
só faltava um teste: 
até onde sua leveza me ganhava? 

Chega a ser tosco
o quanto aquilo me atordoava, 
eu bailava, 
entre a vontade de ir 
e o medo de não voltar. 

Não sabia o quão funda sua lagoa seria, 
até bater os pés e perceber que ela ia afundando aos poucos, 
com possibilidade de volta... 

Você era tão leve, 
que ficava ali quem queria, 
e ainda assim, a maioria se afogava 
e não voltava mais. 
Ê lagoa hipnotizante...
Eu não me apaixonava cegamente. 
Me apaixonava as claras. 
Por que sua leveza permitia 
que eu percebesse o quão fundo eu ia 
e quão fundo eu queria ir. 

Eu ia longe. 
De olhos abertos mesmo. 
Você, 
com a paz e tranquilidade de um monge, 
me fazendo mais feliz 
do que eu já tinha imaginado que conseguiria. 

Parabéns. 
Esse é um ensaio sobre a sua leveza. 
E sobre como me apaixonei por ela. 
E por você.

Julia Fagundes

quinta-feira, 19 de março de 2015

Vendedora de biscoitos

Depois que comecei a estudar a noite minha vida mudou, novas amizades vieram e junto novos conhecimentos. 
Era mais uma noite de aulas chatas e cansativas, mas uma coisa fez ela ficar diferente. Ao chegar na escola avistei uma vendedora de biscoitos e sua filha. A mesa não tinha mais que 50 saquinhos, mas tinha mais de 6 sabores diferentes.
Decidida a comprar um saquinho para ajudá-las, me aproximei da mesa. Estando meio atrasada e desorganizada, não achava o dinheiro de jeito nenhum. Ela então decide me deixar levar o biscoito pra pagar depois. Recusei. Tinha certeza que tinha o dinheiro, mas precisava de um pouco de calma para procurá-lo . Não nos conhecíamos, não quis deixá-la angustiada, mas vi seu desespero pra juntar algum dinheiro.
Fui para sala. No caminho achei o dinheiro e encontrei com uma amiga, Ana. Voltamos. 
Nos aproximamos da mesa para entender os sabores. Logo de cara fomos recebidas por um sorriso. Um sorriso sincero e bonito acompanhado de um brilho nos olhos. Nos apresentou seus maravilhosos biscoitos e desandou a falar. 
Apreciei a facilidade com que aquela senhorinha tinha de contar as lindas histórias de sua vida. Contando como subiu, desceu e está subindo de novo. 
Contou, ainda, que já trabalhou com tudo nessa vida, que agora trabalhava para sustentar sua casa. Desde então passávamos todos os dias para dar um boa noite e bater um papinho. 
Um dia descobrimos que ela ia trabalhar oito da manhã e ficava até dez da noite com apenas dois cafézinhos e um açaí no estômago. Chiamos. Não tinha cabimento uma pessoa ficar o dia todo sem comer, e mais.. Doente. Mais que de pressa abri minha bolsa e a dei uma maçã que tinha comprado pela manhã. Ela olhou, apreciou, alisou e falou que não ia comer tudo pois ia deixar pra filha. Fizemos ela comer tudo. E em seguida ela agradeceu com uma cara de quem estava mesmo com fome.
Na mesma noite, como levamos lanche de casa, decidimos passar a pegar janta pra ela. No primeiro dia que levamos a filha nos recebeu com um sorriso imenso seguindo de: "Ai graças a Deus, eu estava morrendo de fome". E a partir daí elas passaram a ir embora já jantadas. 
As semanas iam passando e os biscoitos iam ficando mais populares e as pessoas pediam que ela levasse outras coisas para vender. E assim ela fez, ampliou seu cardápio. Ela é prova viva que podemos viver com pouco e acima de tudo, sermos felizes. 
Ajudá-la nos fazia tão bem, que tínhamos necessidade de fazer aquilo.
Ela me mostrou com podemos recomeçar das mais distintas maneiras e se nós estivermos lá em baixo, no fundo do poço, sempre vai ter uma estrelinha que vai brilhar a nosso favor. A luz no fim do túnel pode parecer, de princípio, apenas uma vela, mas com certeza, quanto mais nos aproximamos dela vemos que é um holofote. 
Infelizmente semanas antes da virada do ano não nos encontramos mais. Rezo para que sejam só umas férias! 

Carolina Gomes