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domingo, 21 de setembro de 2014

Guerra



Na guerra entre o grito e o silêncio, o grito ganha dentro do meu próprio silêncio. É um grito que se acumula igual no filme dos Monstros S.A.: quanto mais cheia fico mais medo me dá. Parece que coroe meus órgãos e de tempos em tempos, com as alegrias da vida, eles se regeneram.
Na guerra do sim e do não. O que ganha é o talvez, ou melhor, o "só mais uma vez". Que me dá força.
Na guerra entre o desistir e o continuar. Como no alfabeto, o "C" vem primeiro, mas quando bate o desespero se juntam dois "Ds" e não tem nada que segure. Quando bate o desespero, dá vontade de jogar tudo pro ar sem pensar no amanhã. Mas me vem um pico de consciência e me lembro que o que vou ser e ter só depende de mim.
Quando o cansaço entra na guerra, ninguém segura ele. Ele coloca tudo no chão, mas em questão de minutos o cochilo ergue tudo novamente.
Minha 3° guerra mundial não vai acabar com o mundo. Com o meu mundo. Com meu eu. Minha terceira guerra mundial vai me ensinar que preciso de munição pra suportar tudo que me for atirado.


Carolina Gomes

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Procura-se

Tenho o costume de sentar quase sempre na mesma cadeira na sala de aula. Tem dias que acho desenhos, letras de musicas, frases, contas matemáticas... Mas outro dia fiquei surpresa com o que encontrei: "Procura-se: eu mesma"
Uh la lá!
Tenho pra mim que antes de ser o que o mundo quer que eu seja tenho que ser eu mesma. Eu sou uma caixinha de surpresas. Sempre tenho alguma coisa nova pra descobrir sobre mim. Eu nunca serei a mesma, mas sempre serei eu. E gosto disso. Gosto de ser quem eu sou e de ter essa vontade de querer ser alguma coisa. Não pense que me procuro só em mim, procuro em você, naquela meninazinha, no João da padaria... Em todo mundo. 
As vezes acho que ninguém vai me entender, afinal nem eu me entendo. Tenho perguntas inacreditáveis e confusões que se forem arrumadas bagunçariam tudo de vez. Me lembro bem de uma coisa que Clarice Lispector me falou uma vez: "Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever." Sim, continuarei a escrever, a pensar, e principalmente, a perguntar.
A pergunta é muito mais importante que a resposta. Ela que faz o cérebro trabalhar. A resposta não é nada mais que a organização dos pensamentos. A pergunta é a fonte deles. Se deixarmos de pensar, digo, de perguntar o cérebro para. Sei que tenho perguntas que vou morrer com elas, mas a maioria pretendo ter as respostas. Não tenho pressa. Tenho uma vida inteira pra pensar.

Carolina Gomes

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Garota do interior

Meu peito e alma gritam por cidade pequena! Viveria muito bem em uma daquelas vilas de filme onde literalmente todos se conhecem! Depois de alguns dias em nova Iorque, afirmo: só voltaria lá pelas compras baratas na forever 21! Não vejo graça nenhuma em andar numa rua cheia de letreiros luminosos, pessoas emburradas correndo, se espremendo e tentando passar! Vejo graça em andar por aí dando bom dia e recebendo sorrisos! Em andar lado a lado jogando conversa fora! Qual é a felicidade em ir tomar um café e ter que fazer um pedido em 10 segundos e receber o troco correndo pro próximo cliente chegar e fazer o mesmo? Nem um olhar ao rosto receber! Andaria mil vezes de bicicleta no central park, mas só pelo vento no rosto e as árvores em volta! Entre a gente de lá e a gente daqui, fico com a minha cidade pequena mesmo, onde as pessoas olham nos olhos e sorriem com eles também!

Júlia Fagundes