segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Coração sedento.

Você desceu da escada, e eu ainda parada no alto olhava sem saber o que dizer. Você parou no último degrau e soltou "eu to indo, mas um dia eu volto".
Meus dois segundos pensando no que responder foram suficientes pra você ir de vez. 
Te gritei, e você parou a tempo de me ouvir dizer "você na verdade nunca vai. Você nunca me deixou ir, fiquei segurando pelo mindinho diversas vezes, mas nós dois nunca fomos capazes de soltar. Eu queria entender o por que disso, e parando pra pensar, hoje eu entendo, que amar de verdade é lindo! E eu não só te amo de verdade, como eu te amo o suficiente pra ver você sair por essa porta, tranquila, por ter a certeza de que vai voltar. Simplesmente por que amores de verdade não se vão, eles apenas adormecem em nosso coração. E se um dia você for de verdade, algo bem ruim aconteceu. Meu coração vai tremer em 9.5 na escala richter, e desmoronar. Estrutura nenhuma aguenta tamanho terremoto. Mas nós construímos nosso amor sobre uma base sólida feito uma pirâmide, não importa o quão alto iremos, estaremos intactos. Você pode sair. De verdade. Mas você vai aparecer de novo, em algum momento. Nossos corações ficam esperando por isso. O que o alimenta, na verdade, pode até ser o sangue, mas sem o palpitar de cada batida, ele não correria. Então você fica por perto, por que meu coração pede por sangue. E é só perto de você que ele palpita rápido o suficiente pra matar essa sede louca." Você sorriu e foi. Mas nós dois sabemos: um dia você volta.

Júlia Fagundes