sábado, 27 de setembro de 2014

Chá de sumiço

Outro dia, andando pela rua, passei por um gari que varria a calçada. Perguntei se podia jogar no latão dele o copo que tava nas minhas mãos. Ele respondeu, sorrindo: "Claro!" Agradeci e saí. Ele em seguida gritou: "Eu que te agradeço! Bom dia!" Respondi com um aceno seguido do bom dia mais sincero que dei naquele dia. 
Enquanto caminhava pela rua observei que muitas pessoas passavam por ele e nem se quer o olhavam. Parei pra pensar em quantas pessoas passam por mim e não me veem. E nas que eu também não vejo. Nas pessoas invisíveis que muitas vezes encontramos todos os dias.
Até onde eu sei não temos um limite de palavras por dia, então por que não dar bom dia pras pessoas ? Porque não cumprimentar e perguntar "como vai" ? O que custa emprestar um pouquinho o ouvido para os outros ?
NADA! 
E quem dá carinho, atenção... Recebe em dobro.
Muitos acham que deve-se falar somente com quem é formado e pós graduado. De que importa ter graduação se não tem coração. Não se ganha nada sendo ignorante com os outros. 
Mas a falta de educação é tão grande que eu já vi gente jogando papel no chão na frente de um gari. Os garis são um pequeno exemplo que usei nessa crônica, existem muitas, mais muitas, outras pessoas que quase sempre são invisíveis.
Duvido que se uma pessoa famosa aparecesse na sua frente você não ia correndo falar com ela. 
Um simples "Boa Tarde" pode mudar o dia de uma pessoa. É educação. Não dói. Não tira pedaço. Não gasta voz. Não mata.
Então, dê "Bom dia" a todos que puder. Não importa quem. E se eles não responderem, simplesmente, sorria.

Carolina Gomes