domingo, 21 de setembro de 2014

Guerra



Na guerra entre o grito e o silêncio, o grito ganha dentro do meu próprio silêncio. É um grito que se acumula igual no filme dos Monstros S.A.: quanto mais cheia fico mais medo me dá. Parece que coroe meus órgãos e de tempos em tempos, com as alegrias da vida, eles se regeneram.
Na guerra do sim e do não. O que ganha é o talvez, ou melhor, o "só mais uma vez". Que me dá força.
Na guerra entre o desistir e o continuar. Como no alfabeto, o "C" vem primeiro, mas quando bate o desespero se juntam dois "Ds" e não tem nada que segure. Quando bate o desespero, dá vontade de jogar tudo pro ar sem pensar no amanhã. Mas me vem um pico de consciência e me lembro que o que vou ser e ter só depende de mim.
Quando o cansaço entra na guerra, ninguém segura ele. Ele coloca tudo no chão, mas em questão de minutos o cochilo ergue tudo novamente.
Minha 3° guerra mundial não vai acabar com o mundo. Com o meu mundo. Com meu eu. Minha terceira guerra mundial vai me ensinar que preciso de munição pra suportar tudo que me for atirado.


Carolina Gomes