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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

O certo túnel.



Eis que chega a hora de atravessar o túnel. Os carros não param e as luzes acendem em constante harmonia. Se eu for pega por um carro, não sei pra onde vou, meu caminho vai ser cortado e pode ser que eu não volte pra rota.

Meu objetivo é chegar ao outro lado viva. Vivíssima. Com amor, sabedoria, amigos, livros... Enfim, viva. O sinal fecha, tenho a oportunidade de passar para o outro lado, mas a distância é muito grande e pode ser que eu morra. Decido então atravessar até a mureta que divide as duas vias de dois sentidos diferentes. 

Ufa! Quase que não deu. Passei por cima de alguns carros e me fiz de invisível e atravessei outros. Mas, a travessia não tem graça se não tiver adrenalina. Ou melhor, aprendizado. Se eu pulei esse carro, como vou fazer com o outro?

Tenho que aprender a entrar no carro certo e este vai me levar para o seu destino. O meu destino. Nunca saberei qual é o carro certo, então meu objetivo agora é encontrá-lo e que ele esteja com bastante combustível, pois eu quero ir muito longe.

Carolina Gomes

domingo, 21 de setembro de 2014

Guerra



Na guerra entre o grito e o silêncio, o grito ganha dentro do meu próprio silêncio. É um grito que se acumula igual no filme dos Monstros S.A.: quanto mais cheia fico mais medo me dá. Parece que coroe meus órgãos e de tempos em tempos, com as alegrias da vida, eles se regeneram.
Na guerra do sim e do não. O que ganha é o talvez, ou melhor, o "só mais uma vez". Que me dá força.
Na guerra entre o desistir e o continuar. Como no alfabeto, o "C" vem primeiro, mas quando bate o desespero se juntam dois "Ds" e não tem nada que segure. Quando bate o desespero, dá vontade de jogar tudo pro ar sem pensar no amanhã. Mas me vem um pico de consciência e me lembro que o que vou ser e ter só depende de mim.
Quando o cansaço entra na guerra, ninguém segura ele. Ele coloca tudo no chão, mas em questão de minutos o cochilo ergue tudo novamente.
Minha 3° guerra mundial não vai acabar com o mundo. Com o meu mundo. Com meu eu. Minha terceira guerra mundial vai me ensinar que preciso de munição pra suportar tudo que me for atirado.


Carolina Gomes

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Uma mulher dessas.

Ela repousa em minha cama serena. Faz uma hora que acordei e estou deitado encarando o quão linda ela fica dormindo. Respira tão fundo, que parece até que vai me deixar sem ar. E deixa. Mas não pela inspiração além do normal. 

Sua doçura me cativa até de olhos fechados. E acredite se quiser, eu a amo. Eu sou um sortudo mesmo... Aquele cara que a deixou, não sabia o que estava perdendo... Ou sabia, só faltava perceber que ele era sim substituível. E aqui estou eu, te substituindo, meu camarada. 

Agora eu a olho dormir. Não você. Agora eu rio do tom da risadinha dela, que de tão doce e linda me soa melódica. Tenho certeza que você nunca percebeu que ela tem preguiça de usar a faca ao comer. Eu percebi, cara... Sei que nunca reparou como ela não consegue ficar sentada completamente reta por muito tempo... Postura de velha... Eu sei de muita coisa que você não sabe. E ela nem precisou me dizer. Aqui, olhando ela repousar, eu consigo perceber mil detalhes que sei que seus olhos não alcançam... Como o jeito com que ela abraça a coberta pra dormir, ou como seu cabelo fica claro na luz do sol. Ela é linda, cara... Você só não percebeu, e ela foi embora. Ainda bem que nos achamos no caminho. 

Todo dia, quando ela acorda, eu escolho duas características novas que percebi nela pra dizer que amo. E ela sorri, feliz. To escolhendo as de hoje. Depois volto aqui pra te contar mais sobre como você conseguiu ser otário a ponto de deixar uma mulher dessa, que acende estrelas com sorrisos, e corações com olhares.

Júlia Fagundes 

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Eu sei disso e você também.

Você não vai perceber de primeira o quanto sente minha falta. Vai sair pra se divertir, se afogar em prazeres mundanos que nunca te preencheram de verdade. Eu sei disso e você também. 

Vai passar dias na companhia de seus maços e mais maços de cigarro, sentado na janela de casa, olhando pro vento e tentando dizer pra si mesmo que não está pensando em nada. Vai passar pela fase de negação intacto, sem derrubar uma lágrima. "Não mano, eu não sinto a falta dela". Mas no dia que essa fase passar, você vai entrar na aceitação com toda força. Eu sei disso e você também. 

Vai admitir que sim, eu fazia diferença no dia a dia. Você vai sentir falta de sentar comigo no deck e ficar olhando a lua e de ver meus olhos brilharem e meu rosto corar quando você dizia que a única coisa mais bonita que a lua era eu. Vai sentir falta do meu cafuné, e até do meu brigadeiro comido com o dedo. 

Vai sentir falta do meu jeito desastrada de cair e derrubar tudo em todo lugar. E vai sentar num bar qualquer, com seus amigos e uma taça de chopp, observando bundas em vestidos colantes passarem, analisando qual seria a presa da noite, e vai perceber que não sente falta de boca, bunda... Sente falta de olhos e dos sorrisos que eu proferia contigo. Eu sei disso e você também.

Júlia Fagundes

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Verbo de ação.

Louca. Uma das palavra que me define. Tenho loucuras que só cabem dentro de mim. Tem aquelas que todo mundo tem. As que minhas amigas entendem. As que você entende. E as que só eu entendo. Tem as que podem causar uma explosão se apenas um pouco escapulir.

Mas as melhores são aquelas que me fazem feliz. Que são as mesmas que aperto "compartilhar" no facebook. As que me deram o adjetivo de louca. E se esse adjetivo é meu, eu posso transformá-lo em o que eu quiser, inclusive em um verbo de ação. Loucar. Eu louco. Tu loucas. Eles loucam. Todos loucamos.

Carolina Gomes