Eis que chega a hora de
atravessar o túnel. Os carros não param e as luzes acendem em constante
harmonia. Se eu for pega por um carro, não sei pra onde vou, meu caminho vai
ser cortado e pode ser que eu não volte pra rota.
Meu objetivo é chegar ao outro
lado viva. Vivíssima. Com amor, sabedoria, amigos, livros... Enfim, viva. O
sinal fecha, tenho a oportunidade de passar para o outro lado, mas a distância
é muito grande e pode ser que eu morra. Decido então atravessar até a mureta
que divide as duas vias de dois sentidos diferentes.
Ufa! Quase que não deu. Passei por cima de
alguns carros e me fiz de invisível e atravessei outros. Mas, a travessia não
tem graça se não tiver adrenalina. Ou melhor, aprendizado. Se eu pulei
esse carro, como vou fazer com o outro?
Tenho que aprender a entrar no
carro certo e este vai me levar para o seu destino. O meu destino. Nunca
saberei qual é o carro certo, então meu objetivo agora é encontrá-lo e
que ele esteja com bastante combustível, pois eu quero ir muito longe.
Carolina Gomes