sábado, 21 de março de 2015

Um ensaio sobre a sua leveza.

Eu sabia que isso ia acontecer. 
Que eu ia chegar, 
e meu sono ia sumir, 
minha cabeça enlouquecer. 

Você me desmanchou toda. 
Da cabeça aos pés. 
E sem minha permissão! 
Com sua leveza espetacular, 
me deixou boquiaberta, 
ao desvendar meu estado são.
Você foi tão leve e simples, 
em um mundo tão pesado e complicado 
que eu achei que era brincadeira do destino
ter te ganhado. 

Já tínhamos chegado ao fim do semestre
e depois de receber até diploma, 
só faltava um teste: 
até onde sua leveza me ganhava? 

Chega a ser tosco
o quanto aquilo me atordoava, 
eu bailava, 
entre a vontade de ir 
e o medo de não voltar. 

Não sabia o quão funda sua lagoa seria, 
até bater os pés e perceber que ela ia afundando aos poucos, 
com possibilidade de volta... 

Você era tão leve, 
que ficava ali quem queria, 
e ainda assim, a maioria se afogava 
e não voltava mais. 
Ê lagoa hipnotizante...
Eu não me apaixonava cegamente. 
Me apaixonava as claras. 
Por que sua leveza permitia 
que eu percebesse o quão fundo eu ia 
e quão fundo eu queria ir. 

Eu ia longe. 
De olhos abertos mesmo. 
Você, 
com a paz e tranquilidade de um monge, 
me fazendo mais feliz 
do que eu já tinha imaginado que conseguiria. 

Parabéns. 
Esse é um ensaio sobre a sua leveza. 
E sobre como me apaixonei por ela. 
E por você.

Julia Fagundes