quinta-feira, 28 de maio de 2015

Até logo que vira adeus

Eu nunca soube lidar com a morte. Talvez por ter crescido sem ter contato direto e intenso com ela. A morte desavisada é dolorida. Transforma um até logo em adeus em questão de segundos. 

Tanto que hoje, mesmo quando não sou próxima de alguém que morre, me abala. O fardo pesado que é ter que lidar com a fugacidade da vida. Em um dia, a pessoa está ali, no outro, se foi. Acabou. E os planos? Só restaram danos, enganos. 

A morte chega pra todos nós de alguma forma, e é a única certeza de viver. Mas morrer em vida é pior. É como dizem por aí: Vinicius morreu aos 60, mas viveu 120. Viveu como quis. Amou muitas e muitas vezes. E não se reprimiu. Se entregou à vida, pra quando tivesse que se entregar a morte, que o fizesse em paz consigo mesmo. É melhor se arrepender do que a gente fez, do que daquilo que não fez. 

Um caminhão, por cima de uma moto, e fim. Tudo aquilo que deixamos pra amanhã, já não pode ser feito, por que o amanhã já era. Vai deixar pra viver depois? 

Júlia Fagundes