quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Transformer

Digito, digito. Não, não ficou legal. Deleto. Com apenas o apertar de um botão, puf. Todo aquele erro que eu havia cometido desapareceu! Caramba! Por que não existe um botão desse na vida? 

Após pensar um pouco em tal possibilidade, cheguei à magnifica conclusão de que não existe um botão desse na vida por que por mais que alguns queiram provar o contrário, ainda não nos tornamos máquinas.

Dia desses fui assistir transformers no cinema. Muito fogo, explosão e casa quebrada, gente sendo esmagada. Efeitos visuais magníficos. Mas meu ponto não é esse. Por todo o filme, as máquinas que estavam sendo perseguidas para serem destruídas pela CIA queriam provar que elas eram mais que máquinas. Que elas tinham um propósito e acima de tudo: tinham alma. Os amantes das explosões que me chamem de maluca, mas eu vejo ali uma bela metáfora da sociedade. 

Aparelhos atrás de aparelhos, instruções, cada dia mais inovadoras, mecanizam nossos afazeres do cotidiano. Pensando por um lado, fica tudo mais fácil e nos economiza tempo (para aqueles que acreditam que tempo é dinheiro). Mas pensando por outro lado, querem nos transformar em máquinas! Somos megatrons, e querem fazer de nós robôs sem alma. Apenas mais máquinas que com algum defeito, atearão fogo e está tudo resolvido. Existe outra pra substituir logo ao lado. 

Mas sabe de uma coisa? Eu gosto de ser insubstituível pra alguém! Não necessariamente muitos, mas alguém. E gente como eu, que quer alma, coração, e não manual e programação, vai se tornar cada vez mais rara. 

Palmas para quem quer que tenha escrito o roteiro do filme. Espero que realmente faça sentido pra você, leitor, toda essa reflexão. Se não fizer, prazer, meu nome é Júlia, você é a versão 2.0 de que máquina?

Júlia Fagundes