terça-feira, 12 de agosto de 2014

Eletricidade

 Amores são feitos pra dar certo. Paixões talvez não. Mas amores foram feitos para viver uma história de amor, e digo logo: se ter, querer, ser, sentir amor é calmaria, eu estou vivendo alguma outra coisa que ainda não foi denominada! 

Confesso! Eu tive um amor calmo! Mas depois descobrir que era amor sem paixão, e já dizia Rita Lee, amor sem paixão é amizade (ta bem, mais ou menos isso que ela dizia). 

Amor quando é vivido sem paixão nos traz saudade da briga, do grito, por que amores calmos nunca são calmos o tempo inteiro se tiverem paixão. 

Isso por que paixão tem corrente elétrica! E todo mundo sabe que corrente as vezes dá choque! 

Eu fui eletrocutada. Sabe, daqueles choques que deixam o cabelo em pé, e a cara queimada? Fui tostada que nem pão na torradeira! 

Eu não posso sair na rua assim! O que vão pensar? Que botei a mão na tomada, provavelmente! E eles meio que tem razão. Isso por que eu só encostei em você! Dois fios desencapados. O meu coração e o seu. 

Em algum momento eu saio de casa, e quando atravesso a rua, você também está saindo da sua. Cabelos em pé, rosto negro como carvão e os olhos arregalados. 

Pergunto: "O que aconteceu com você?" 
"Pede pra desligarem o disjuntor, fui mexer com eletricidade e acabei me queimando. E com você?"
"Engraçado, foi basicamente o mesmo.."

Júlia Fagundes