sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Envelhecida

Na categoria envelhecida, eu estou piorando hoje. Mais velha um ano. Na verdade, mais velha um dia, estou apenas seguindo a convenção social que leva o tempo em questões cíclicas... Quando na verdade ele é linear. Nosso tempo vai acabar. Não que eu aos 18 esteja pensando em morrer, Deus afaste. Viverei o máximo possível. Mas é inevitável ver o que ficou pra trás a cada ano que passou.
Histórias de amores construídas e destruídas em dias, amizades antes verdadeiras agora se tornam meros conhecidos. A vida vai afunilando nosso grau de facilidade conforme a gente cresce. As coisas vão fazendo sentido, vão se encaixando. E a gente descobre que só da pra aprender sobre a vida com a vida mesmo. Que nenhum livro de auto ajuda ensina a viver. A gente vai aprendendo que rosas tem espinhos, mas basta saber segura-las para desfrutar de seu cheiro maravilhoso. 
Tem gente que no dia do aniversário diz que queria voltar no tempo. Deus é que me livre voltar no tempo!! Não me arrependo de nada! Não voltaria jamais. Já sei onde fui, agora preciso saber onde vou. A cada passo dado, é chão novo pisado e é lugar novo descoberto, experiência e aprendizados novos. 
Crescer é nostálgico. Eu amo fazer aniversário. Amo mesmo. Mesmo que cantar os parabéns seja vergonhoso, não há quem impeça a felicidade que surge em nós em receber palavras bem colocadas de amigos importantes. Pra mim é pra isso que serve o aniversário. Apenas. Receber mais abraços que o comum(e olha que isso é difícil)... 
De qualquer forma, hoje passo para a maioridade em busca de sonhos e desafios. Correndo atrás de tornar o impossível possível, sigo feliz. E amanhã estarei um dia mais velha. Então serão feliz dezoito anos e um dia pra mim.

Júlia Fagundes