quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Raimundos

Nós mulheres, fomos taxadas de complicadas. E o pior de ter recebido o apelido, é concordar com ele! 
A generalização do gênero é algo tão tremendo... Sinto como se ser simples, descomplicada, não fosse ser mulher. Por que eu não faço um drama por dia, e não choro por que mandei a mensagem antes do terceiro dia, minha feminilidade foi atingida? 
Assim como o machismo, que diz que homem não deve chorar, muito menos usar rosa! Que generalização horrível! 
Não sou escrava das regras. Minhas vontades sempre vieram em primeiro lugar. Muito menos sou escrava do orgulho. Sentindo saudade, mandarei a mensagem. Sentindo necessidade, faço meu drama. 
Não são mulheres que são complicadas, ou homens que são rudes e grossos. Isso não se trata de uma separação por gênero. A fulaninha de tal que é dramática mesmo. E talvez o fulaninho de tal seja explosivo. 
Homens, mulheres, indefinições aleatórias. Não nasci pra ser escrava de listas de coisas a se fazer, cuspidas por algum sabe-tudo por aí. Sou refém de minha vontade, ímpeto e coração. 
Nós, mulheres, tendemos sim a ser mais sensíveis. Mas quem nunca conheceu uma mulher durona, que só chora em morte ou filme de cachorro? E nem por isso é menos mulher. Quem nunca conheceu um homem que quando triste, derramou lágrimas no ombro de um amigo? E nem por isso é menos homem. 
Os raimundos podem até ter escrito mulher de fases no feminino, mas a complicada e perfeitinha era ela. Não toda a clã de mulheres ao redor do mundo. Então por favor, não confundam. Ser mulher de fases não excluem os homens de fase. Eles existem. Estão por toda parte. Basta olhar.
Júlia Fagundes