Eu me perdi nos olhos dela. Não era mais uma cantada de pedreiro. Muito
menos me perdi como um viajante que esqueceu de perguntar o caminho no posto
Ipiranga. Me perdi em pensamentos.
Seu olhar brilhava. E se pareciam, de forma clichê, com duas estrelas. E você
sabe, dizem que as estrelas são responsáveis por alinhar o universo... pois
bem, aquelas estrelas desalinhavam o meu cosmo toda vez que eu as olhava.
Encarar aqueles olhos era o mesmo que se sentir imerso em amor.
Pena que ninguém sabia, que pra a conhecer era só olhar ali. Era mesmo uma pena
que pouca gente tivesse descoberto o dicionário do olhar, que com ela dava pra
aprender em menos de 24 horas só de ficar observando aquelas jabuticabas
brilhantes de moverem. Pena que esse dicionário não está transcrito.
Ela já havia me dito que seus olhos eram a porta da sua alma, e eu não
acreditei até bater (3 vezes por que sou fã do Sheldon) nessa porta e descobrir
que o passe era livre pra quem quisesse entrar
Júlia Fagundes